top of page

O Real e a Realidade: o Imóvel como Refúgio Natural da Liberdade Econômica

  • Foto do escritor: Paulo Polli
    Paulo Polli
  • 28 de out.
  • 3 min de leitura
ree

Ao caminhar pelo centro de Curitiba, o que se vê hoje são vitrines vazias e portas cerradas. Mas o que parece apenas uma crise local é, na verdade, um retrato fiel da economia nacional: a retração da confiança. Assim como uma pequena amostra de feijão revela a qualidade do saco inteiro, o centro de uma capital espelha a saúde da nação. O comércio estagnado e o poder de compra em queda denunciam o que a retórica política tenta encobrir: a moeda está enfraquecendo, e com ela, a base produtiva do país.

 

A história é implacável com governos que confundem administração com aparelhamento. Quando o Estado se expande por interesses partidários, troca de favores e clientelismo, ele cria uma máquina que consome mais do que produz. O resultado é previsível: inflação, desconfiança e fuga de capitais. Como ensinou Ludwig von Mises, “a inflação é um imposto que o governo cobra sem precisar legislar”. E esse imposto invisível recai com mais força justamente sobre quem trabalha, poupa e investe — a classe média, a espinha dorsal de qualquer país estável.

 

Mas há um ponto de resistência silencioso nessa paisagem: o mercado imobiliário. Enquanto a moeda se deprecia e o poder de compra evapora, os imóveis se ajustam naturalmente, corrigindo-se pelo próprio movimento do mercado. Não é um privilégio, é um reflexo. O investidor busca refúgio no que é real — e o imóvel se torna, então, uma reserva de valor espontânea. É a “mão invisível” de Adam Smith em ação: milhões de decisões individuais que, sem comando central, protegem o valor econômico coletivo.

 

O intervencionismo tenta domesticar esse processo. Controla juros, regula aluguéis, cria crédito subsidiado — e cada vez que interfere, distorce o sinal natural dos preços. Como advertiu Friedrich Hayek, “a presunção de que o Estado sabe o que é melhor para todos é a mais perigosa das arrogâncias”. O mercado, deixado livre, corrige-se. O Estado, inflado por vaidade, acumula erros até o colapso.

 

O imóvel, portanto, não é apenas um investimento: é um instinto de sobrevivência econômica. Ele responde ao desequilíbrio monetário com ajuste de preço, à insegurança política com valorização patrimonial, e à inflação com proteção real. É o último reduto do valor quando o papel-moeda se torna apenas promessa. A autodefesa dos imóveis é a prova de que a liberdade de mercado ainda pulsa, mesmo sob governos que tentam sufocá-la.

 

O ano de 2026 se aproxima e será o grande teste da realidade contra a narrativa. Todas as promessas não cumpridas serão repaginadas e projetadas novamente ao público — porque é ano eleitoral, e o discurso político vive de ilusão reciclada. Mas o mercado, diferente da política, não acredita em palavras. A moeda não suporta o desaforo de um Estado inflado, improdutivo e controlador.


Enquanto o governo se defende com slogans, o real — a moeda e a realidade — se defende com fatos: inflação, fuga de capitais e perda de confiança. É nesse cenário que o imóvel volta a cumprir seu papel histórico: não como especulação, mas como refúgio da racionalidade em meio à demagogia. Ele não promete; ele resiste. E sua valorização silenciosa é a resposta natural de um mercado que, mesmo sufocado, ainda sabe se proteger das mãos que tentam conduzi-lo.



Paulo Polli

Duas décadas de mercado imobiliário

CRECI PR 19555

CRECI SC 41607

PERITO AVALIADOR 45083

 
 
 

Comentários


bottom of page